Inovação e Empatia: Explorando o Papel da IA no Desenvolvimento de Carreiras - Reflexões Jornada da Trabalhabilidade 2024

Em nossa Jornada da Trabalhabilidade 2024, exploramos o tema de como integrar Pessoas, Processos e Tecnologias no apoio às carreiras. Um dos assuntos mais discutidos foi até onde podemos delegar à tecnologia a orientação e mentoria de nossos alunos em suas jornadas profissionais. Esse tema foi profundamente debatido, e chegamos a algumas conclusões relevantes sobre o equilíbrio entre inovação e o apoio humano na formação dos estudantes.

Com o avanço da inteligência artificial (IA), vemos uma crescente demanda por sua aplicação em diversos aspectos do cotidiano, incluindo o suporte e desenvolvimento de carreiras. Essa tendência reflete o interesse em utilizar a tecnologia para otimizar processos como o mapeamento de alunos e egressos, métricas de empregabilidade, conexão personalizada com o mercado e desenvolvimento de soft skills, Paulo Sardinha, Presidente da Diretoria Executiva da ABRH comentou bastante o quanto os RHs das empresas tem engajado em iniciativas para trabalhar estas Skills nos Jovens e as oportunidades de trabalhar em parceria com instituições para Estágios signficativos e relevantes, que trabalhe de forma efetiva as soft skills.

Já a IA e outras inovações tecnológicas tornam o apoio à carreira ofertado pela instituição mais acessível e escalável, impactando positivamente alunos de modalidades à distância ou com pouco tempo para aproveitar os serviços institucionais. Iniciativas como feiras virtuais, preparações para o mercado, recomendações de oportunidades alinhadas ao perfil e ferramentas de assessment proporcionam um acompanhamento mais abrangente e eficiente, enquanto os gestores de carreiras podem agir de forma mais estratégica, ajustando o apoio com base em dados concretos. Athílio Santos (Gerente do Talent LAB - FIAP) e Professor Carlos Ferrara (Pro Reitor Acadêmico da São Camilo) deram exemplos práticos deste uso estratégico da tecnolgoia da Symplicity e como desenvolver o apoio à carreiras de forma escalável, estratégica e democrática. para alunos em diferentes modalidades e com distintas necessidades.

A incorporação de IA no apoio às carreiras acadêmicas tem se mostrado vantajosa, permitindo uma análise profunda de dados que ajuda as universidades a monitorar o desempenho de alunos e egressos, além de obter insights preditivos que influenciam positivamente suas jornadas. A personalização da conexão com o mercado, por exemplo, pode abrir portas para oportunidades específicas que alinham os interesses e habilidades dos estudantes com as necessidades das empresas. Trilhas de soft skills, feiras virtuais e simulações de entrevistas promovem um ambiente dinâmico e envolvente, contribuindo para o desenvolvimento integral dos alunos.

Para que o uso dessas tecnologias seja eficaz, é essencial que as instituições estabeleçam processos sólidos que combinem recursos tecnológicos com o apoio humano. Criar fluxos de trabalho que integrem a análise de dados, a IA e a intervenção de orientadores profissionais permite que a instituição ofereça um suporte balanceado e personalizado. Essa abordagem estruturada assegura que a tecnologia seja utilizada para potencializar o alcance e a eficiência do atendimento, mas sem substituir o papel insubstituível dos orientadores na interpretação dos dados e na interação direta com os estudantes. Dessa forma, as decisões sobre cada aluno são bem fundamentadas e ajustadas, respeitando tanto a objetividade dos dados quanto as nuances do relacionamento humano. Daniela Boucinha, presidente da Associação Brasileira de Orientação Profissional e de Carreiras - ABRAOPC, Ilustrou diversos estudos acadêmicos que validam abordagens positivas deste uso integrado da tecnolgoia com os profissionais adequados para a orientação e apoio à carreira.

No entanto, é importante reconhecer que essa dependência tecnológica possui limitações. A IA, por mais avançada que seja, ainda enfrenta desafios para entender as nuances e individualidades de cada estudante. A intervenção do orientador profissional continua essencial para guiar os alunos em suas tomadas de decisão e para o desenvolvimento de competências de carreira. Automatizar demais o processo pode inibir a capacidade dos estudantes de tomarem decisões autônomas, gerando um desenvolvimento de habilidades mecânico e pouco reflexivo. Delegar inteiramente à tecnologia o desenvolvimento de carreiras pode ter implicações tão negativas quanto não oferecer nenhum apoio e Daniela Boucinha ilustrou bem os riscos e limitações de se tentar delegar a orientação de carreiras e o Matching inteiramente à tecnologia.

A tecnologia, portanto, deve ser vista como uma aliada ao trabalho dos profissionais das universidades, e não como uma substituta. A interação humana, mesmo mediada pela tecnologia, é fundamental para que o impacto reflita a intencionalidade da instituição. A integração entre IA e orientadores humanos oferece um suporte de carreira completo e humanizado, proporcionando aos alunos o melhor dos dois mundos. Ao unir a tecnologia com o conhecimento e a experiência dos profissionais, e ao estruturar processos que suportem essa integração, as universidades podem oferecer uma experiência enriquecedora, que realmente prepara os estudantes para os desafios do mercado, sem deixar de lado a personalização e o apoio individual essenciais para o desenvolvimento de carreiras bem-sucedidas.

É comum que ainda haja questionamentos e busca por soluções "mágicas", como algoritmos que desenvolveriam automaticamente as competências dos alunos e eliminariam o "gap" entre academia e mercado. Sabemos que abordagens simplistas podem trazer resultados questionáveis, ou até prejudiciais — quem nunca ouviu falar dos "robôs de investimento" que prometem enriquecer a todos? Apesar disso, a Jornada da Trabalhabilidade mostrou que a maioria das pessoas está focada em integrar tecnologia e expertise humana para escalar o melhor do apoio que as pessoas podem oferecer e, de fato, preocupadas com o futuro dos alunos. É inspirador ver o apoio a carreiras tomando forma nas instituições de nosso país de maneira tão consistente. Seguimos em frente com muito orgulho e já empolgados para mais encontros e discussões no tema em 2025. Vamos juntos!!

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