Blog SYMPLICITY Brasil

ABRAOPC - Trabalhabilidade dos Alunos no Ensino Superior

Escrito por Rafael Cogo | 15/09/2023 19:12:22

Veja o que foi discutido no Bate Papo promovido pela Symplicity no congresso da ABRAOPC de 2023

Introdução

A trabalhabilidade dos alunos no ensino superior é uma preocupação crescente nas instituições de ensino em todo o mundo. À medida que a sociedade evolui rapidamente, as instituições de ensino enfrentam o desafio de preparar os alunos não apenas com conhecimento acadêmico, mas também com as habilidades e a orientação necessárias para uma transição bem-sucedida para o mercado de trabalho. Neste artigo, exploramos as ideias discutidas na mesa de debate promovida pela Symplicity na ABRAOPC e destacamos a importância das instituições de ensino, a colaboração com empregadores e o uso de tecnologia para promover a trabalhabilidade dos alunos.

Importância da Instituição de Ensino na Trabalhabilidade dos Alunos

Durante a mesa de debate, ficou claro que as instituições de ensino desempenham um papel crucial na trabalhabilidade dos alunos. Elas não apenas devem fornecer educação de alta qualidade, mas também orientação de carreira e oportunidades de desenvolvimento profissional. A cultura da trabalhabilidade deve ser incorporada nas instituições, não apenas abrindo portas para os alunos, mas direcionando-os de maneira eficaz. A orientação de carreira desempenha um papel fundamental nesse processo, ajudando os alunos a entenderem suas paixões e objetivos profissionais.

Daniela Boucinha, Presidente da ABRAOPC, destacou durante o evento: "É necessário entender as diferentes formas de atuação dentro de uma profissão. Quais são as diferentes áreas existentes? Quais são as condições e possibilidades? Como o aluno pode se conhecer e pensar melhor nas suas escolhas de carreira? Estamos ampliando nosso olhar não só para o emprego, mas também para o trabalho", demonstrando seu foco em carreiras significativas e bem-sucedidas.

Além disso, as instituições devem medir suas ações relacionadas à trabalhabilidade. A avaliação é essencial para garantir que as estratégias sejam eficazes e que os alunos estejam sendo adequadamente preparados para o mercado de trabalho.

Aproximação com Empregadores

A mesa de debate também enfatizou a importância da colaboração entre instituições de ensino e empregadores. Os jovens, muitas vezes, enfrentam dificuldades de empregabilidade devido à falta de experiência. As parcerias com empresas e o conhecimento do mercado podem mitigar esse problema. Tratar o empregador como cliente e atender às suas necessidades de forma eficaz é essencial para preparar melhor os alunos para ingressarem no mercado de trabalho.

Leandro Pauletti, Pró-Reitor Acadêmico no Claretiano, enfatizou durante o evento: "A pandemia evidenciou a dificuldade para as pessoas buscarem renda. Mas ela também salientou a importância das soft skills, como a criatividade, para encontrar e criar alternativas no mercado de trabalho. Nesse aspecto, a tecnologia vai ter muita dificuldade em substituir o homem. Assim, percebemos a importância das Instituições de Ensino brasileiras em preparar seus alunos para serem mais versáteis não só em seus empregos, mas também em suas carreiras." Essa perspectiva ressalta a relevância do desenvolvimento de habilidades interpessoais e da capacidade de adaptação em um mundo em constante mudança.

Ao trazer as empresas para o processo educacional de forma estruturada, as instituições podem validar e ajustar suas matrizes curriculares de acordo com as demandas do mercado. Essa abordagem também ajuda a estabelecer um vínculo mais forte entre a instituição e o mundo corporativo.

Ferramentas Tecnológicas na Promoção da Trabalhabilidade

As ferramentas tecnológicas desempenham um papel significativo na promoção da trabalhabilidade dos alunos. Elas oferecem escalabilidade para os serviços de carreiras e facilitam a coleta e interpretação de dados. No entanto, é importante reconhecer que a interação humana continua sendo indispensável em várias dimensões desse processo.

A definição da estratégia, a leitura do mercado, a adequação do plano de desenvolvimento do aluno e a análise dos resultados ainda exigem a intervenção humana de profissionais de orientação de carreira. Embora as ferramentas tecnológicas possam fornecer dados valiosos, a interpretação e a aplicação desses dados ainda dependem do julgamento humano.

Daniel Sperb, Vice-Presidente de Inovação da Atitus, ressaltou durante o evento: "Como eu poderia, em algum cenário, abrir mão de um aconselhamento de carreira humano? Como eu poderia abrir mão de interpretar a expressão facial da angústia, da fala, do tom, da voz embargada? Tudo bem, a inteligência artificial também consegue identificar alguns desses padrões, mas em qual nível de avanço tecnológico eu teria que ter ao ponto de me dar ao luxo de abrir mão da minha inteligência humana? Eu não vejo um cenário em que o ser humano conseguirá terceirizar integralmente esse papel." A reflexão de Daniel destaca a importância da interação humana e da empatia na orientação de carreira, destacando as limitações da tecnologia em replicar completamente essa experiência.

Conclusão

A mesa de debate promovida pela Symplicity no Congresso da ABRAOPC destacou a importância das instituições de ensino na promoção da trabalhabilidade dos alunos, a colaboração com empregadores e o uso de ferramentas tecnológicas. Esses fatores desempenham papéis complementares na preparação dos alunos para o mercado de trabalho em constante evolução. É essencial que as instituições adotem uma abordagem holística, integrando orientação de carreira, parcerias estratégicas com empresas e o uso eficaz da tecnologia para alcançar resultados positivos.

A tecnologia também desempenha um papel na gestão eficaz dos serviços de carreiras, fornecendo visibilidade sobre as atividades dos alunos e ajudando a identificar áreas de melhoria.

Porém, ela ainda não é capaz de substituir as decisões por trás da informação. Ela é somente um impulsionador para que as pessoas melhorem seus serviços, adequem suas estratégias e potencializem seus resultados. Uma ferramenta tecnológica pode, por exemplo, fornecer dados sobre o que o mercado de trabalho necessita dos alunos da instituição. Porém, como incorporar essa informação na estratégia de desenvolvimento da trabalhabilidade da instituição e na preparação do aluno, inclusive revisão de planos acadêmicos, passa necessariamente por uma análise humana. A tecnologia ainda não consegue automatizar algo tão subjetivo e impactante quanto isso e, se tenta, erra bastante.

Para enfrentar os desafios da trabalhabilidade dos alunos, as instituições devem continuar aprimorando suas estratégias, medindo o impacto de suas ações e buscando maneiras inovadoras de preparar os alunos para um futuro profissional de sucesso.

 

Palestrantes presentes:Parte superior do formulário

  • Daniela Boucinha - Presidente da ABRAOPC
  • Daniel Sperb - Vice presidente de inovação da Atitus
  • Leandro Pauletti - Pró reitor acadêmico no Claretiano
  • Paulo Antonelli - Consultor Estratégico na Symplicity